Safra de alho em SC tem aumento na produtividade, mas preço pago ao produtor preocupa

A produção superou as últimas oito safras catarinenses, segundo a Epagri

Safra de alho em SC tem aumento na produtividade, mas preço pago ao produtor preocupa

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A safra de alho em Santa Catarina está em fase de comercialização e os produtores enfrentam um grande desafio: o preço pago está abaixo do custo de produção estimado para o estado.

Segundo o Projeto Safras, da Epagri, a produtividade da safra 2022/23 ficou em torno de 10,9 mil quilos por hectare, superior ao registrado nas últimas oito safras, mas a redução na área plantada impactou a participação do estado na produção nacional.

O preço do alho classes 2 e 3, por exemplo, passou de R$ 4,68/kg para R$ 3,90/kg em fevereiro, uma redução de 16,66%.

As classes 4 e 5 tiveram preços médios pagos ao produtor de R$ 6,94/kg, redução de 17,57%, e as classes 6 e 7 foram comercializadas a R$ 9/kg, redução de 15,73%.

Esses são os menores preços pagos aos produtores desde que a Epagri faz o monitoramento do mercado, em dezembro de 2019.

Apesar do aumento da produtividade em comparação com as últimas safras, a redução na área plantada foi de 38,07%, decorrente do baixo retorno econômico que a cultura tem alcançado nos últimos anos.

As importações registradas oficialmente não parecem ter originado a queda de preços, já que o ano de 2022 foi o de menor importação dos últimos anos, puxado pelo aumento da produção interna, pelo câmbio favorável, pelo alto custo do frete internacional e por uma melhor aceitação do alho nacional pelo consumidor brasileiro.

Segundo o analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri, Jurandi Gugel, a conjuntura internacional não aponta para uma recuperação significativa nos próximos meses, já que a Espanha, importante exportadora do produto, está com as vendas lentas e estoques maiores do que no ano passado devido à estagnação da demanda na Europa.

Na China, há quantidade importante de alho refrigerado da última safra, situação que tem interferido no preço e pode se agravar com a nova safra chinesa, em junho. Nos Estados Unidos, há excedente de oferta de alho ofertado, especialmente, pela Argentina e Peru.