Litoral de Santa Catarina vive epidemia de diarreia e virose

A situação mais crítica é em Florianópolis, que decretou oficialmente situação de epidemia de diarreia. Algo inusitado e que está repercutindo em todo o Brasil

Litoral de Santa Catarina vive epidemia de diarreia e virose

Reprodução / PhotoAchive

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Não é apenas na Capital de Santa Catarina que os moradores e turistas já estão cansados das idas ininterruptas ao banheiro: a condição se alastra por todo o Litoral Norte de SC.

Junto com a virose e diarreia, que muitas das vezes acabam vindo em conjunto, outro problema aparece: hospitais e postos de saúde lotados.

Em Tijucas, por exemplo, cujo hospital acaba atendendo também a Costa Esmeralda devido à ausência de outra unidade hospitalar de grande porte na região, foram mais de 500 atendimentos em apenas 24h.

Um dos principais - se não O Principal - causadores da diarréia e virose que se alastrou por SC é o mar.

Na última análise, 128 pontos do litoral foram classificados como impróprios para banho. A grande maioria destes pontos, entretanto, no restante do ano, são considerados como próprios.

Apesar da discussão sobre estar ou não próprio para banho, entre os motivos para evitar entrar no mar contaminado estão infecções, diarreia e até hepatite A, doenças que podem ser contraídas na água com alto índice de micro-organismos.

Em Itapema, por exemplo, nenhuma praia foi considerada própria para banho e a prefeita Nilza Simas, em comentário numa publicação do Jornal Razão, afirmou que a virose se transmite pelo ar e que, por este motivo, não há relação entre a situação de saúde lastimável de muitos turistas na cidade com a falta de balneabilidade nas praias.

Ela está correta ao afirmar que a virose se transmite pelo ar, mas é no mínimo negligente ao colocar o problema debaixo do tapete e não apresentar sequer alguma justificativa ou ação para equacionar as longas horas de espera por atendimento médico no hospital e UPAs da cidade, já que o prometido novo hospital ainda é apenas sonho.


As praias que são avaliadas como "impróprias" concentram maior quantidades de coliformes fecais nas amostras de água analisadas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). É pela presença da bactéria Escherichia coli, achada no sistema digestivo dos animais de sangue quente e que pode causar diversas infecções, que o Conselho Nacional do Meio Ambiente orienta a classificação da balneabilidade.

Caso uma pessoa entre em contato com o mar impróprio, e principalmente engolir a água contaminada, o banhista se coloca em risco. A doença mais comum nesses casos, segundo o médico Antonio Carlos Bandeira, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), é a gastroenterite.

Infecções nos ouvidos, nariz e garganta também podem ser causados pelas bactérias coliformes fecais. Já as cianobactérias, micro-organismos semelhantes às algas, produzem toxinas que podem levar à sensação de febre, erupções na pele, vômito e, mais uma vez, diarreia.