A catarinense Dirce Rogério, de 55 anos, desistiu de fugir para a Argentina e, mesmo assim, foi considerada um "risco de fuga" pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

Nesta quinta-feira (6), ela foi uma das 49 pessoas presas na operação da Polícia Federal, que visava fugitivos da operação "Lesa Pátria". Dirce, cabeleireira, foi condenada a 16 anos de prisão pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Helmar Amâncio, advogado de Dirce, declarou ao portal UOL que sua cliente recusou a proposta de fuga por orientação dele. Segundo afirma, a cabeleireira foi convidada por outros envolvidos nos atos a deixar o país para evitar a prisão, mas optou por permanecer no Brasil e confiar no andamento do processo legal.

A defesa de Dirce afirmou, ainda, que vai recorrer da prisão e informar ao STF que ela rejeitou a ideia de fugir para o exterior.

Inicialmente, Dirce não estava na lista de mandados de prisão, mas o ministro Alexandre de Moraes a incluiu em uma ordem expedida em 17 de maio, citando o "risco de fuga".

Alexandre de Moraes baseou sua decisão no fato de que diversos investigados pelos ataques de 8 de janeiro tentaram obter asilo fora do Brasil, o que reforçou a necessidade da prisão preventiva. Moraes declarou que havia "fundado receio de fuga" e mencionou descumprimentos de medidas cautelares, como rompimento de tornozeleiras eletrônicas e a busca por asilo político, como razões adicionais para a decisão.

Na operação desta quinta, a Polícia Federal cumpriu 209 mandados de prisão em 18 estados e no Distrito Federal, visando capturar investigados e condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília. A ação resultou na prisão de 49 pessoas e na identificação de 160 foragidos.

Com informações de Nd+