Mulheres de SC eram aliciadas e forçadas à prostituição na Europa

Vítimas tinham os documentos retidos ao desembarcar na Europa

Mulheres de SC eram aliciadas e forçadas à prostituição na Europa

Divulgação

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Nesta terça-feira, 20 de agosto, a Polícia Federal deflagrou a Operação Perfídia, com o objetivo de desmantelar uma rede de tráfico de pessoas voltada para a exploração sexual na Europa.

A operação se concentrou em Várzea Grande (MT), Uberlândia (MG) e Rio de Janeiro (RJ), com um foco notável em Santa Catarina. Os policiais cumpriram diversos mandados de busca e apreensão, incluindo três em Uberlândia, um em Várzea Grande e dois mandados de prisão, sendo um em Uberlândia e outro no Rio de Janeiro. As ordens foram emitidas pela 7ª Vara Federal de Mato Grosso.

A investigação revela que o esquema criminoso aliciava mulheres em estados como Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina, oferecendo-lhes empregos na Europa. Santa Catarina, especialmente, foi um ponto significativo na operação da quadrilha, que tinha Uberlândia como seu centro de operações principal.

As mulheres, frequentemente em situações de vulnerabilidade, eram atraídas com promessas de trabalho na Europa. No entanto, ao chegar ao destino, eram recebidas por motoristas que as conduziam a apartamentos, em vez dos locais de trabalho prometidos. Nesse ambiente, as vítimas tinham seus documentos retidos e eram forçadas a se prostituir. Os criminosos lucravam com 60% das comissões obtidas pelos serviços prestados e impunham dívidas exorbitantes às vítimas, que se tornavam praticamente impossíveis de serem pagas. A quadrilha também utilizava sites de prostituição na Europa para promover suas vítimas e garantir a continuidade lucrativa do esquema.

Durante a operação, foram apreendidos celulares e outros materiais relevantes para o andamento das investigações. Esta ação ocorre no contexto do Agosto Lilás, uma campanha dedicada à valorização das mulheres e ao combate ao tráfico de pessoas.

A Polícia Federal ainda investiga se a organização criminosa recrutou mais vítimas e alerta que ofertas de emprego suspeitas em outros países podem estar relacionadas a casos de tráfico para exploração sexual.