Professor é flagrado filmando mulher na academia e alunos fazem graves acusações

Alunas e ex-alunas afirmam que o professor tinha atitudes desse tipo dentro de sala de aula há mais de dez anos

Professor é flagrado filmando mulher na academia e alunos fazem graves acusações

Reprodução/ Instagram

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Um homem de 60 anos foi parar na Delegacia de Polícia após supostamente gravar vídeos de uma mulher, identificada como Tati Prado, de 22 anos, malhando em uma academia de Camboriú. Ela, que é influenciadora digital, afirma que não deu autorização para que o mesmo registrasse as imagens, mas, mesmo assim, o acusado o fez. Caso foi registrado nesta segunda-feira (6).

A jovem estava acompanhada pelo irmão, André Luís Prado. Ele explicou nas redes sociais que Tati reclamou, pelo menos, três vezes da atitude do homem.

Diante disso, André foi alertar o instrutor da academia, que disse que não é a primeira vez que escuta denúncias desse tipo sobre o sujeito. Ou seja, conforme o relato do próprio profissional, o acusado já teria cometido assédios no local. 

Diante da denúncia, a Polícia Militar foi acionada. Neste momento, de acordo com Tati, o acusado foi ao banheiro e teria ficado durante bastante tempo lá. A vítima acredita que, neste momento, ele teria excluído as imagens registradas de seu celular. 

Já o homem, ao ser questionado pela PM, afirmou que não havia feito nenhuma gravação, ao contrário, apenas estava mexendo no celular enquanto treinava.

Com isso, a guarnição lavrou um termo circunstanciado de ocorrência pela contravenção penal de perturbação do sossego alheio e apreendeu o celular dele. 

DENÚNCIAS REPERCURTIRAM NA INTERNET E ASSÉDIOS VIERAM À TONA

O caso e as imagens do acusado repercutiram nas redes sociais e novos desdobramentos sobre o comportamento dele vieram à tona. Ex-alunas do sujeito o reconheceram e compartilharam situações de assédio que já passaram com o mesmo. Sim, alunas. Acontece que ele é professor de química Escola de Educação Básica Presidente João Goulart, em Camboriú. 

Uma ex-aluna declarou que precisou mudar de escola porque o professor a filmou junto com uma amiga enquanto estavam no quadro negro. "Eu tive uma crise convulsiva na escola de tão nervosa que fiquei", relatou.

Outra pessoa afirmou que o professor dava em cima de todas as meninas. "Era nojento e ele olhava com maldade para todas".

Diversas situações desconfortáveis também foram mencionadas. "Inúmeras vezes já foi relatado sobre várias as situações que meninas/alunas passaram com o indivíduo. Desde olhares estranhos como conversas estranhas partindo dele. Essas atitudes não só aconteciam na escola como em lugares públicos", afirmou uma outra pessoa.

Uma mulher que teve aulas com o professor em 2010 afirmou que precisou ficar quase 15 dias sem frequentar suas aulas, pois desmaiava de ansiedade, e seu pai precisou ir até a escola. Ela ainda disse que haviam situações horríveis com ele, mas nada era feito. "Da minha época até hoje já são praticamente 13 anos e, pelo jeito, continua fazendo as mesmas coisas", declarou a vítima.

Teve uma jovem que contou ter precisado de atendimento médico devido à ansiedade provocada pelas atitudes do professor. "Tive até uma crise tão forte que a escola chamou o SAMU, mas infelizmente o colégio não tomou as providências. Tive que mudar de escola e de cidade. Depois de tantos anos ele ainda está solto! Como e por quê? (...) Acho que diante de tantos relatos já era para estar preso", contou a ex-aluna.

Mães de alunos também fizeram declarações sobre as atitudes do professor. "Ele dá aula na escola onde minha filha estuda. As alunas já reclamaram do comportamento dele com elas, mas até agora nada foi feito por parte do colégio", compartilhou uma responsável. 

"Esse cara dá aula na escola do meu filho. Ele disse que as meninas foram reclamar na direção e ninguém fez nada", disse outra mãe. 

ALUNAS DENÚNCIAM OMISSÃO DA ESCOLA

Nos relatos publicados nas redes sociais, ex-alunas (os) e responsáveis têm uma crítica em comum em relação às providências tomadas pela instituição na qual o acusado atua. As vítimas afirmam que foram negligenciadas, pois, apesar de diversos relatos à direção, nenhuma providência foi tomada. 

Os estudantes acreditam que as ações necessárias contra o professor apenas serão tomadas após algo muito grave. Responsáveis afirmam que agora, após todos os relatos terem sido expostos na internet. 

Diante dos fatos, o Jornal Razão entrou em contato com a escola e aguarda retorno. 

ASSÉDIO É CRIME?

O assédio sexual é um crime que consiste em constranger alguém com intenção sexual, por meio de palavras, gestos, toques ou outros meios, causando desconforto ou humilhação. Trata-se de uma forma de violência sexual que muitas vezes passa despercebida, mas que pode ter graves consequências emocionais e psicológicas para a vítima.

De acordo com a lei brasileira, o assédio sexual é considerado um crime contra a dignidade sexual e pode ser punido com pena de detenção de um a dois anos. Além disso, a vítima pode buscar reparação civil pelos danos morais sofridos.

É importante destacar que o assédio sexual não é apenas um problema que ocorre entre desconhecidos. Muitas vezes, ocorre dentro do ambiente de trabalho, escolar ou familiar, e pode ser praticado por colegas, superiores, professores ou até mesmo por parentes próximos.

É comum que as vítimas de assédio sexual sintam medo ou vergonha de denunciar o agressor, mas é fundamental que isso seja feito. É possível fazer a denúncia diretamente à polícia ou ao Ministério Público, ou ainda buscar ajuda de organizações de defesa dos direitos das mulheres.

As consequências do assédio sexual podem ser devastadoras para a vítima, que muitas vezes sofre com ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, problemas de sono e outros problemas de saúde. Por isso, é fundamental que o assédio sexual seja combatido e punido de forma efetiva, para garantir a proteção e a segurança das mulheres.