Voos cancelados e bancos fora do ar: Entenda o apagão cibernético

O apagão cibernético ocorrido nesta sexta-feira (19)

Voos cancelados e bancos fora do ar: Entenda o apagão cibernético

Divulgação

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Uma falha de software provocou um verdadeiro caos em sistemas de computadores pelo mundo nesta sexta-feira, resultando na suspensão de voos, interrupção de serviços bancários e emissoras de TV saindo do ar.

A atualização de um produto da empresa de segurança cibernética CrowdStrike foi identificada como a causa. O problema afetou especialmente os clientes que utilizam o sistema operacional Windows, da Microsoft. Em resposta, a Microsoft informou que o problema já foi solucionado.

George Kurtz, CEO da CrowdStrike, comunicou que a empresa está “trabalhando ativamente com os clientes afetados por um defeito identificado em uma única atualização de conteúdo para hosts do Windows”, e que a correção já está sendo implementada. “Não se trata de um incidente de segurança ou ataque cibernético”, ressaltou Kurtz.

O problema, segundo Kurtz, foi causado por um “defeito” em uma “atualização de conteúdo” para o Windows. Ele garantiu que o defeito foi identificado, isolado e uma correção já está em vigor. Ele também afirmou que os problemas não afetaram outros sistemas operacionais, reforçando que “não é um incidente de segurança ou ataque cibernético”.

As ações da CrowdStrike despencaram até 21% nas negociações pré-mercado. A Microsoft e outras empresas ligadas ao setor de viagens e lazer também sofreram perdas, à medida que os investidores avaliavam o impacto da interrupção nas viagens.

Dispositivos pessoais, como notebooks e celulares, não foram majoritariamente afetados, com a falha impactando principalmente empresas. A Microsoft aconselhou seus clientes a tentarem o método clássico de desligar e ligar novamente seus aparelhos. Para os profissionais de TI, a empresa sugere a exclusão de um arquivo específico para resolver o problema.

Quem é a CrowdStrike?

Sediada em Austin, Texas, a CrowdStrike é uma empresa listada no S&P 500 e no Nasdaq. Fundada há 13 anos, emprega atualmente quase 8.500 pessoas. Seu principal produto é a plataforma CrowdStrike Falcon, presente desde 2011 em sistemas de governos e grandes corporações, incluindo bancos globais, empresas de saúde e de energia.

A CrowdStrike ganhou notoriedade ao investigar ataques de grandes hackers, como a invasão do sistema da Sony Pictures em 2014. Devido à sua integração com a Microsoft, a falha impactou dispositivos Windows em todo o mundo.

Impacto na Aviação

A indústria de viagens aéreas foi uma das mais afetadas. Segundo o FlightAware, plataforma que monitora o transporte aéreo, mais de 2.300 voos foram cancelados e quase 24 mil enfrentaram atrasos devido à falha de TI. No Brasil, empresas aéreas pediram aos passageiros que verificassem o status de seus voos.

Gol e Latam informaram não ter sido impactadas pela pane. A Azul comunicou que pode haver atrasos pontuais, e o aeroporto de Viracopos, em São Paulo, relatou prejuízos em voos da companhia.

Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) declarou que está monitorando a situação em contato com operadores aéreos e aeroportuários para minimizar os impactos no setor aéreo. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também está acompanhando as operações no Brasil junto à Anac.

Serviços Bancários

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que a maioria das instituições financeiras afetadas já normalizou seus serviços. Alguns sistemas de bancos brasileiros foram atingidos em diferentes escalas, mas nada que comprometesse significativamente a prestação de serviços.

Os primeiros problemas foram relatados por volta das 8h, com o site DownDetector reportando dificuldades de acesso aos serviços dos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Neon, Next e Banco Pan. O Banco Central informou que todos os seus sistemas estão funcionando normalmente. A B3 também garantiu que nenhum de seus serviços foi afetado pela falha técnica.