Quase três mil presos estão sem monitoramento em presídio de SC

O problema surgiu após o término do contrato com a empresa responsável pelo monitoramento

Quase três mil presos estão sem monitoramento em presídio de SC

Divulgação / Redes sociais

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A desativação das câmeras de segurança no Complexo Penitenciário da Canhanduba, em Itajaí, tem causado grande preocupação entre os funcionários, detentos e a comunidade local. O problema surgiu após o término do contrato com a empresa responsável pelo monitoramento, não tendo sido renovado desde maio.

O complexo, que é um dos maiores do estado de Santa Catarina, viu suas 386 câmeras de segurança serem desativadas progressivamente desde o dia 24 de outubro. Esse fato tem gerado insegurança entre os agentes de ressocialização e a população prisional, elevando os riscos de incidentes graves.

Um ex-funcionário do complexo, em depoimento anônimo, expressou a tensão vivida no local devido à falta das câmeras. A preocupação se estende a possíveis represálias fora do ambiente prisional, com muitos funcionários considerando a demissão por medo de retaliações.

Além disso, a ausência de monitoramento dificulta a investigação de eventuais conflitos internos, fugas ou outras ocorrências criminosas, pois não há registro em vídeo dos acontecimentos dentro da unidade.

A 12ª Promotoria de Justiça de Itajaí já está ciente da situação e instaurou um inquérito civil para apurar a urgência do caso. Revelou-se que os contratos de monitoramento venceram em maio, com falhas nos processos de renovação.

A responsabilidade pela renovação do contrato recai sobre a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Santa Catarina. A inércia, mesmo após vários avisos da superintendência do complexo, é um ponto crítico que contribuiu para o atual cenário de vulnerabilidade.

A Secretaria de Estado de Administração Prisional e Socioeducativa, em nota, informou que está conduzindo o processo de substituição de contrato de empresas de serviço de vigilância no Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí, na Canhanduba. De acordo com a Secretaria, todas as etapas do processo licitatório estão sendo cumpridas rigorosamente, respeitando os prazos legais previstos. Durante este período, a Secretaria esclarece que não houve registros de fugas ou quaisquer eventos intramuros dignos de nota, além de manter a orientação e reforço na vigilância e segurança do estabelecimento penal. A situação na Canhanduba destaca a importância crucial do monitoramento em ambientes prisionais para a segurança de todos os envolvidos.