Santa Catarina se prepara para a chegada do ciclone subtropical Akará, um evento meteorológico raro com potencial para impactar o estado entre os dias 18 e 19 de fevereiro. O fenômeno, que foi inicialmente identificado como uma depressão subtropical na costa do Rio de Janeiro pela Marinha do Brasil, promete ganhar força à medida que se desloca para o Sul.

O nome Akará, que remete a uma espécie de peixe na língua Tupi antiga, foi escolhido para este ciclone que marca o primeiro evento do tipo a atingir a região desde maio de 2022. Sua trajetória, que se estende de Leste para Oeste, contraria o padrão mais comum dos ciclones do Atlântico Sul, que geralmente se movem de Oeste para Leste, distanciando-se do continente.

A Defesa Civil de Santa Catarina e a Epagri estão em estado de alerta devido à previsão de ventos de intensidade moderada nas áreas costeiras, especialmente entre a Grande Florianópolis e o Litoral Sul. O alerta inclui também o risco de destelhamentos, queda de galhos e árvores, bem como possíveis danos na rede elétrica. A navegação pode ser prejudicada devido à previsão de ondas que podem atingir de 4 a 5 metros em alto mar e de 2 metros com picos de até 2,5 metros mais próximos à costa.

Ciclones subtropicais, como o Akará, diferem dos ciclones extratropicais mais frequentes no Sul do Brasil por necessitarem de temperaturas mais elevadas da superfície do mar para sua formação e são caracterizados por sua simetria e, em casos de ciclones tropicais, pela presença de um "olho".

Gilsânia Cruz, meteorologista da Epagri, não descarta a possibilidade de o ciclone Akará transformar-se em um ciclone tropical, fenômeno ainda mais raro e potencialmente mais destrutivo, dependendo da elevação da temperatura do mar e da redução dos ventos em altitude. Esta evolução, embora considerada pequena, é cuidadosamente monitorada pelas autoridades, que permanecem vigilantes a qualquer mudança que possa aumentar os riscos à população.

Vale recordar o último ciclone tropical que atingiu o estado, o Catarina em março de 2004, que evoluiu para um furacão e deixou um rastro de destruição. As equipes de emergência estão preparadas para responder prontamente, priorizando a segurança e o bem-estar dos catarinenses diante deste evento climático iminente.