Algas luminescentes criam mancha no mar de Balneário Camboriú

As manchas alaranjadas surgiram na Praia de Laranjeiras

Algas luminescentes criam mancha no mar de Balneário Camboriú

Divulgação

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Nesta terça-feira (17), manchas alaranjadas surgiram na Praia de Laranjeiras, em Balneário Camboriú, despertando a curiosidade dos frequentadores. Embora a aparência possa inicialmente sugerir poluição, trata-se, na verdade, de um fenômeno natural causado por um mix de microalgas, principalmente Noctiluca scintillans, que brilha no escuro ao ser agitada pela água. O Instituto do Meio Ambiente (IMA) garantiu que não há riscos para a saúde humana.

O mesmo fenômeno foi observado na Baía Sul, em Florianópolis, no início da semana. Carlos Eduardo Tibiriçá, oceanógrafo do IMA, explicou que testes laboratoriais identificaram a presença de dinoflagelados, conhecidos como “maré vermelha”. Ele registrou um vídeo mostrando a bioluminescência dessas algas.

Segundo o oceanógrafo Carlos Eduardo Tibiriçá, as manchas alaranjadas estão se espalhando por diversas áreas do estado. “Essas manchas bem visíveis na superfície são predominantemente causadas pela Noctiluca scintillans. O fenômeno começou no Rio Grande do Sul e acreditamos que possa se estender até o Paraná ou São Paulo”, detalhou.

Carlos explicou que o fenômeno é resultado do excesso de chuvas no Rio Grande do Sul combinado com as correntes marítimas de inverno, que trouxeram essa água para a costa de Santa Catarina. A mistura de água doce e salgada criou um ambiente propício para a proliferação dos dinoflagelados.

O oceanógrafo destacou que, embora a Noctiluca scintillans não seja tóxica, o mix de espécies de microalgas inclui algumas que podem se acumular em ostras e mexilhões. Por isso, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) está monitorando a situação e recomenda atenção ao consumo desses frutos do mar.

Equipes do curso de Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) realizaram coletas de amostras em Balneário Camboriú e Itajaí para estudar o fenômeno e monitorar a proliferação das microalgas. A comunidade científica continua atenta ao desenvolvimento desse evento natural para garantir a segurança e a saúde dos banhistas e consumidores de frutos do mar.