Diretora da maior escola de Tijucas é exonerada após se recusar a apoiar candidato a prefeito

Governo de Santa Catarina exonerou conhecida diretora tijuquense que se recusou a se filiar no PL para apoiar candidato a prefeito

Diretora da maior escola de Tijucas é exonerada após se recusar a apoiar candidato a prefeito

Reprodução / Redes sociais

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Pais de alunos da maior escola de Tijucas estão revoltados com a surpreendente exoneração de Maristela Silva. Ela havia sido nomeada diretora do Colégio Cruz e Sousa pelo governador Jorginho Mello (PL) a pedido da executiva do Partido Liberal de Tijucas.

O colégio é estadual, portanto, a administração não passa pelo crivo da prefeitura. Apesar de estar localizado em Tijucas, o prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD) não tem nenhum poder para decidir ou intervir no maior colégio do município. A gestão é inteiramente responsabilidade do Governo do Estado.

Com 1.600 alunos, o Cruz e Sousa estava passando por uma verdadeira transformação, com a instalação de câmeras de segurança e muitas outras novas medidas adotadas no educandário. Aliás, desde que Maristela assumiu, nenhuma grave ocorrência foi registrada, possibilitando um ambiente adequado para o aprendizado das crianças e adolescentes.

Maristela tem mais de 30 anos de experiência como diretora de escolas em Tijucas. Sua exoneração não ocorreu por motivos profissionais. A gota d’água foi o fato de Maristela ter ido à convenção do MDB, que oficializou seu amigo de longa data, Elmis Mannrich, como candidato em Tijucas.

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Ela havia sido convidada pelo atual vereador e pré-candidato a vice-prefeito Fernando Fagundes (PL) para ser candidata a vereadora e futura secretária de educação.

Na quarta-feira, Maristela foi orientada a pedir exoneração. Dada sua história de dedicação à educação, ela não se sujeitou a tal pedido.

“Costumo dizer que AMO O QUE FAÇO… e não importa onde esteja, quero sempre contagiar pelo amor. Foi assim que encarei o desafio de, após décadas de dedicação a uma mesma escola, assumir a posição de diretora numa unidade tão expressiva quanto o nosso Cruz e Sousa. Fui acolhida com muito carinho e, aos poucos, abraçada com ainda mais força pela nossa comunidade escolar. E neste momento de DESPEDIDA não poderia deixar de AGRADECER com todo meu coração aos nossos alunos, pais, professores e toda equipe. Nem sempre as coisas são justas, nem sempre nosso amor e dedicação bastam. Mas eu continuarei ofertando isso por onde passar… o AMOR PELO QUE FAÇO”, disse Maristela em nota enviada pelo WhatsApp.

Em resposta ao Jornal Razão, ela complementou:

“Por falta de competência, tenha certeza que não foi. Os professores ficaram muito abalados com a notícia da minha exoneração. Todos surpresos e os pais também. Estavam adorando nosso trabalho, estávamos caminhando todos (ou quase todos) na mesma direção. Muita coisa ainda para fazer, mas nestes 7 meses fizemos a diferença. Estou recebendo mensagens lindas dos pais, querendo saber o motivo. Fácil saber, né?”.

Procuramos os pré-candidatos do Partido Liberal e questionamos sobre os fatos narrados. Thiago Peixoto visualizou, mas não respondeu. Fernando do Gordo se limitou a dizer que “ficou sabendo pelo Esaú” sobre a exoneração de Maristela.