As eleições dos Estados Unidos, programadas para 5 de novembro, ganharam um novo contorno com a desistência de Joe Biden, anunciada neste domingo (21). 

O presidente afirmou que não buscará a reeleição e declarou apoio à vice-presidente Kamala Harris para liderar a chapa democrata. 

Em comunicado no X, Biden garantiu que cumprirá seu mandato até janeiro de 2025.

"Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora minha intenção fosse buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato", declarou Biden.

A decisão do presidente ocorre em meio a pressões internas do Partido Democrata e de parte do eleitorado. A crise na campanha de Biden começou no final de junho, após um desempenho fraco em um debate contra Donald Trump, levantando dúvidas sobre sua capacidade cognitiva.

Biden resistiu às pressões concedendo entrevistas, reunindo-se com governadores democratas e negando alegações de declínio cognitivo e físico. No entanto, nos últimos dias, rumores de desistência se intensificaram. 

O ex-presidente Barack Obama e a ex-líder da Câmara Nancy Pelosi manifestaram preocupações quanto às chances de reeleição de Biden. Segundo a "CNN", Pelosi disse a Biden que ele não venceria, enquanto Obama expressou receios em conversas privadas.

Diagnosticado com Covid-19 na quarta-feira (17), Biden precisou suspender eventos de campanha e se isolou em sua residência em Delaware. Esse período de isolamento contribuiu para que ele refletisse sobre sua candidatura. Fontes próximas ao presidente afirmaram à Reuters que a decisão foi tomada neste domingo. "Na noite passada, a mensagem era para seguir em frente com tudo. 

Por volta das 13h45 de hoje, o presidente informou sua equipe sênior que havia mudado de ideia", revelou uma fonte, pegando muitos funcionários da Casa Branca de surpresa.

O Partido Democrata ainda não anunciou oficialmente quem será o novo candidato para disputar a eleição contra Trump.

No debate televisionado do final de junho, Biden apresentou voz rouca, atribuída a um resfriado, mostrou pouco entusiasmo e hesitou em diversos momentos. 

Trump, por sua vez, falou com calma e assertividade. Esse desempenho foi visto como um ponto de inflexão, levantando dúvidas sobre a aptidão de Biden para um novo mandato.

A Convenção Nacional Democrata, que oficializará o candidato do partido, está prevista para ocorrer entre 19 e 22 de agosto.