Deputada catarinense é alvo de ataques nas redes sociais após discurso para apoiadores na cidade de Pescaria Brava, em Santa Catarina.

Em sua fala, Júlia Zanatta criticou a falta de posicionamento de políticos que usam o Partido Liberal para se eleger, mas que abandonam as bandeiras do PL: “de bundamolismo a gente está cheio. Precisamos de homens e mulheres com coragem para defender suas convicções”, declarou a Deputada Federal.

Em contrapartida, perfis que propagam desinformação nas redes sociais passaram a atacar Júlia, distorcendo suas palavras e alegando que ela prometeu criar uma “milícia de extrema-direita para atuar contra o STF”. Eles pedem 8 anos de prisão para a deputada.

“URGENTE: Defensora da liberdade irrestrita, a Deputada Federal Júlia Zanatta (PL-SC) prometeu criar uma milícia de extrema-direita para atuar contra o STF. O que @apropriajulia fez é CRIME! Ela pode pegar até 8 anos de prisão por causa disso”, escreveu o perfil ‘PESQUISAS E ANÁLISES’, que não tem identificação de seu autor, mesmo com a Constituição Federal do Brasil vedando o anonimato.

Surpreendentemente, até mesmo uma conhecida escritora sobre extremismo no Brasil apontou suposto “crime” no discurso de Júlia Zanatta. Michele Prado afirma que a ‘deputada da far-right bolsonarista’ estaria propondo a “criação de milícias políticas paramilitares”, mesmo que a catarinense não tenha, em momento algum, dito uma palavra sequer sobre ‘milícia’ ou ‘armas’.

“Qualquer pessoa nutrida de capacidade cognitiva consegue compreender com clareza meu discurso: é uma crítica aos supostos nomes de direitas que entram no PL, surfam na onda e se elegem, mas acabam abandonando as bandeiras do Partido Liberal quando sentam na cadeira, seja por medo ou por pura ausência de coragem. Precisamos de um exército de pessoas com coragem de lutar por aquilo que consideram ser justo e correto. Quando digo lutar, obviamente estou me referindo ao trabalho político. Inclusive, destaco isso em minha fala, quando cito que é a forma com que trabalho no Congresso Nacional”, explica Júlia.