Prefeito de Balneário Camboriú pagou R$ 400 mil por celular roubado para armação política, revela blog

Na última sexta-feira, uma bomba política estourou no cenário eleitoral de Balneário Camboriú.

Prefeito de Balneário Camboriú pagou R$ 400 mil por celular roubado para armação política, revela blog

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Na última sexta-feira, uma bomba política estourou no cenário eleitoral de Balneário Camboriú. O portal SC em Pauta divulgou gravações e arquivos que colocam o prefeito Fabrício de Oliveira (PL) no centro de uma suposta negociação envolvendo o pagamento de R$ 600 mil para adquirir provas comprometedoras contra os candidatos Juliana e Leonel Pavan (PSD). As evidências, supostamente extraídas do celular roubado do lobista Glauco Piai, indicariam que Fabrício teria arquitetado um plano para prejudicar a campanha adversária, em benefício de seu candidato, Peeter Lee Grando (PL).


De acordo com o SC em Pauta, o acordo entre o prefeito e o ladrão do celular previa o pagamento de R$ 400 mil no momento da entrega do material, e outros R$ 200 mil caso Peeter Grando saísse vitorioso nas eleições. A negociação teria sido intermediada por Gabriel Castanheira, secretário de Segurança de Balneário Camboriú e braço direito de Fabrício. Castanheira, policial civil de carreira, teria assumido a responsabilidade de tratar diretamente com o intermediário do material roubado, que alegava estar com medo e queria o dinheiro para deixar a região.

As gravações vazadas incluem vídeos e áudios que mostram conversas entre Castanheira e o suposto vendedor do celular. Em uma das mensagens, o secretário teria afirmado: “400 hoje, e se ganharmos mais 200 e morre isso”, referindo-se ao pagamento inicial e ao restante do valor, caso a operação fosse decisiva para a vitória eleitoral de Peeter. Além disso, em um dos vídeos, o próprio prefeito Fabrício Oliveira aparece em uma chamada telefônica com o vendedor, afirmando que o responsável pelo pagamento estava “chegando”, indicando que o material seria entregue em breve.


O que chama a atenção no caso é que as supostas provas extraídas do celular de Glauco Piai não envolvem diretamente Juliana Pavan, mas sim seu pai, Leonel Pavan, ex-governador e candidato à prefeitura de Camboriú. As conversas divulgadas indicariam que Pavan mantinha relações empresariais com Glauco, tendo vendido um imóvel ao lobista. No entanto, até o momento, não há indícios de irregularidades nas transações realizadas entre os dois, e Juliana não aparece em nenhum dos áudios ou mensagens vazadas.


Na mesma sexta-feira, o prefeito Fabrício Oliveira concedeu entrevista ao Canal 100, na Rádio Menina, onde classificou as revelações do SC em Pauta como uma “cortina de fumaça”. Segundo ele, o objetivo das divulgações seria desviar a atenção das supostas trocas de mensagens entre Glauco Piai e Leonel Pavan, que estariam circulando nas redes sociais. Embora tenha admitido ser ele a pessoa na ligação divulgada, Fabrício negou qualquer envolvimento direto na compra do celular roubado, alegando que qualquer investigação sobre o caso deveria ser conduzida pelas autoridades policiais.

O portal Página 3 tentou insistentemente ouvir a versão do prefeito Fabrício de Oliveira, mas até o momento ele não se pronunciou oficialmente. A reportagem promete ser atualizada caso o prefeito venha a se manifestar sobre o ocorrido.


Outro ponto intrigante na trama envolve a ex-vereadora Jane Steffen, que teria alertado diversos políticos sobre a existência do material comprometedor. Em conversas reveladas ao SC em Pauta, Jane teria informado ao prefeito Fabrício sobre a oportunidade de adquirir as provas, o que levou à suposta negociação. No entanto, há indícios de que Jane estivesse insatisfeita com o uso exclusivo do material para prejudicar a campanha de Juliana Pavan em Balneário Camboriú, sugerindo que o “estrago” deveria ser feito também em Camboriú, onde Leonel Pavan é candidato.

O caso ganhou contornos ainda mais graves após a divulgação de mensagens que indicam que a Guarda Municipal de Balneário Camboriú teria sido usada para forjar uma operação de inteligência, com o objetivo de encobrir a origem das informações roubadas. Documentos obtidos pelo SC em Pauta revelam que não houve qualquer registro de assalto em Brusque, cidade citada no relatório da operação.


A trama, que já é chamada de “PeeterGate” pelos veículos locais, coloca em cheque a integridade da campanha eleitoral de Peeter Lee Grando e de Fabrício de Oliveira. A oposição, liderada por Juliana Pavan, já anunciou que pretende levar o caso às instâncias judiciais, alegando abuso de poder político e econômico por parte do prefeito e seu grupo.

Até o momento, não há resposta oficial de Peeter Lee Grando sobre as denúncias. A Justiça Eleitoral, por sua vez, já determinou a retirada de material de campanha que faz menção às supostas trocas de mensagens entre Glauco Piai e Leonel Pavan, alegando que o conteúdo foi descontextualizado e utilizado de maneira indevida.

Resta saber como esses novos desdobramentos afetarão o cenário eleitoral em Balneário Camboriú, onde a corrida pela prefeitura ganha cada vez mais contornos de uma batalha jurídica e política.



Fonte: SC em Pauta