Reprodução / Redes sociais
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BRASÍLIA - Em um depoimento tenso e repleto de acusações, o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como o "Hacker de Araraquara", enfrentou o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira, 17. A sessão foi marcada por embates verbais e acusações mútuas, culminando em um pedido de desculpas por parte de Delgatti.
Delgatti, que ganhou notoriedade por acessar diálogos de membros da operação Lava Jato, foi questionado por Moro sobre suas ações. Em resposta, o hacker fez referência às mensagens da Vaza Jato, acusando Moro de perseguição política e comparando sua situação à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O embate começou quando Moro citou processos contra Delgatti e questionou o número de vítimas de estelionato que ele havia prejudicado. Delgatti respondeu acusando Moro de ser um "criminoso contumaz" e de cometer "diversas irregularidades e crimes".
Moro, visivelmente irritado, pediu que Delgatti sofresse uma advertência, alegando que ele estava cometendo o crime de calúnia. O hacker, por sua vez, pediu desculpas e retirou suas palavras, mas o clima já estava acirrado.
Em um momento de exasperação, Moro chamou Delgatti de "bandido" e questionou sua inocência, comparando-o ao ex-presidente Lula. A situação levou o senador Cid Gomes (PDT-CE) a intervir, pedindo "respeito de ambas as partes", e a oitiva prosseguiu.
Delgatti é investigado pela Polícia Federal por inserção de dados falsos sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Ele foi preso no início de agosto e é responsável pela Vaza Jato, que expôs conversas entre membros da Lava Jato.