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Após a habilitação pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Hospital Dom Joaquim, em Sombrio, iniciou a realização de cirurgias bariátricas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De 22 de abril até 4 de setembro de 2024, já foram feitos 107 procedimentos por videolaparoscopia, atendendo à demanda reprimida da macrorregião Sul de Santa Catarina. O hospital é contratualizado com o Governo do Estado para atendimento especializado em saúde.
A felicidade estampada no rosto, a autoestima recuperada, disposição e saúde restabelecida são as expressões de pacientes que já fizeram a bariátrica e participam mensalmente de encontros realizados pela psicóloga Cinthia Roth e pela nutricionista Francielly Fabris.
“Nosso encontro tem o objetivo de acompanhar o processo, saber as dificuldades, ouvir depoimentos e apoiar uns aos outros. A bariátrica muda o paladar, muda a emoção. A reação dos alimentos é diferente para cada pessoa. Cada organismo é único e é preciso respeitar. Por isso, conversamos em conjunto para deixar claro que o processo de emagrecimento de cada paciente acontece de forma muito particular”, destacou a nutricionista Francielly.
Karoline Nogaredo da Silva, 31 anos, foi a primeira paciente a realizar a cirurgia bariátrica no Hospital Dom Joaquim, em abril. Pesando 170 kg antes do procedimento, ela comemora agora a eliminação de 47 kg. “É outra vida! Eu achava que seria mais difícil. Hoje, estou pesando 123 kg. Consigo brincar com minha filha, me movimentar e isso é uma vitória. Acordo mais cedo e tenho muito mais disposição. Antes, só queria ficar deitada. Os encontros com outros pacientes têm sido muito importantes para a troca de experiências e têm me ajudado nesse processo. Sou muito grata a toda a equipe multidisciplinar que me apoiou desde o início dessa trajetória contra a obesidade”, declarou a moradora de Tubarão.
Acompanhamento multidisciplinar
De acordo com o cirurgião Marcos Eduardo Mezzomo, responsável pelos procedimentos, a cirurgia bariátrica envolve uma equipe multidisciplinar que trabalha de forma integrada para garantir o sucesso do tratamento.
“Todo paciente da bariátrica tem que passar por essa equipe que é composta pela nutricionista, psicóloga, endocrinologista, cardiologista e até anestesiologia, para estarem aptos à realização da cirurgia. Após os resultados de exames e a avaliação do paciente é definido a técnica, bypass ou sleeve, as mais consagradas na área. Além disso, o grande diferencial do procedimento é por ser minimamente invasivo, com a videolaparoscopia, a qual conta uma micro câmera ligada a um monitor permitindo a realização da cirurgia sem cortes”, destacou o cirurgião.
Onde buscar atendimento
Para realizar a cirurgia bariátrica é preciso passar por algumas etapas pré-operatórias. Tudo começa no Posto de Saúde, onde um médico avalia a necessidade da cirurgia com base na saúde do paciente, no Índice de Massa Corporal (IMC) e nas comorbidades apresentadas. O mesmo é inserido na fila de espera da Central de Regulação do Estado e, posteriormente, encaminhado para o hospital de referência.
No caso da macrorregião Sul, a unidade habilitada para cirurgia bariátrica é o Hospital Dom Joaquim. Na primeira consulta com o cirurgião, o paciente é direcionado para uma equipe multidisciplinar com psicólogo e nutricionista, além de solicitar exames laboratoriais e de imagem. Quando todos os laudos forem aprovados e os exames estiverem normais, a cirurgia é realizada. O acompanhamento da equipe multidisciplinar aos pacientes se estende por mais 18 meses após a operação.
O Hospital Dom Joaquim, em Sombrio, administrado pelo Instituto Maria Schmitt (IMAS), é contratualizado com a SES para atendimento dos pacientes da região pelo SUS. A unidade está inserida na Política de Valorização Hospitalar, o qual recebe um incentivo fixo de R$1,3 milhão mensal, e tem pactuado com a SES a realização de cirurgias eletivas de média e alta complexidade, com pagamento por produção.