Bene Barbosa é uma das maiores referências no armamentismo no Brasil. Ele é autor do livro Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento e expõe a realidade contra as narrativas da 'Grande Mídia'
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Santa Catarina vive uma realidade que foge do discurso de que cidadão armado é sinal de perigo. Enquanto o número de armas nas mãos de civis atinge um patamar sem precedentes, a taxa de homicídios cai para seu menor nível desde 2017. Segundo o Atlas da Violência 2023, o estado registrou 9,7 homicídios para cada 100 mil habitantes, posicionando-se como o segundo mais seguro no Brasil.
Homicídios, um dos principais indicadores de violência, tiveram uma queda de 2,46%. Outros crimes violentos também registraram reduções notáveis: lesão corporal seguida de morte diminuiu em 31,5% e os casos de latrocínio (roubo seguido de morte) caíram 47%. Estes números indicam uma taxa de 6,9 homicídios por 100 mil habitantes, um decréscimo em relação aos 9,1 do período correspondente do ano passado.
Os dados do Atlas da Violência levam em consideração os números de 2021, quando 712 homicídios foram contabilizados em Santa Catarina, uma redução de 2,7% em comparação com os 732 casos de 2020. Este número é significativamente menor que o pico de 2017, que teve 1.066 ocorrências.
Santa Catarina também se destacou pela redução na taxa de mortalidade entre pessoas negras, com 13 casos por 100 mil habitantes, a segunda menor do país. Além disso, o estado observou uma diminuição na quantidade de jovens vítimas de homicídios, com 265 casos em 2021, 7% a menos do que em 2020. Santa Catarina também se destaca pela baixa taxa de violência contra a mulher, com 2,5 mortes a cada 100 mil habitantes.
Paralelamente, o estado viu um aumento expressivo na quantidade de armas registradas por civis. Desde a flexibilização das regras para aquisição de armas pelo governo Bolsonaro em 2019, 82.955 novas armas foram registradas para CACs em Santa Catarina. Proporcionalmente, isso representa 1.130 armas para cada 100 mil habitantes, a maior taxa entre os estados brasileiros.
Apesar de outros estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, terem números absolutos maiores, proporcionalmente, eles possuem menos armas registradas por CACs. Este aumento de armas em Santa Catarina é parte de uma tendência nacional, refletida no crescimento dos registros no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) e no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma).
O recente decreto do governo Lula, que exige o recadastramento de CACs no Sinarm e restringe o acesso a armas, tem gerado revolta, especialmente em Santa Catarina, que possui uma forte tradição em tiro esportivo e atividades relacionadas.