Missionária de Tijucas é investigada por torturar os próprios filhos: “preto orelhudo”

Um dos filhos teria tentado suicídio diversas vezes por conta das agressões e torturas. Ele também seria forçado pela mulher a vender doces: “passa o dia inteiro, só tem direito a comer um doce por dia e passa fome e sede, porém prefere ficar na rua, pois é onde tem paz”

Missionária de Tijucas é investigada por torturar os próprios filhos: “preto orelhudo”

Reprodução / Imagem ilustrativa

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Uma mulher que se apresenta como “Missionária” e atua em cultos no município de Tijucas está sendo investigada por gravíssimos crimes contra seus próprios filhos. São pelo menos 18 boletins de ocorrência por crimes como maus tratos, lesão corporal, ameaça e difamação. 

O caso mais recente ocorreu no dia 03 de julho de 2024, ou seja, há pouco mais de dois meses. Após uma denúncia, policiais militares constatam que um adolescente havia sido internado em surto psicótico no Hospital Joana de Gusmão. No local, foi constatado que a situação ocorreu por conta de torturas e violências brutais por parte de sua mãe e de seu padrasto.

“O jovem sofre violência da mãe e do padrasto, apanha quase todos os dias e a mãe dá remédios para dopar o jovem, que também sofre agressões verbais e xingamentos por parte da família. Ele é chamado de preto, orelhudo, que é a desgraça da sua vida entre outras violências psicológicas”, narra o boletim de ocorrência.

A comunicante informou que sua filha é amiga da vítima, e contou que o rapaz apanhava e era dopado com remédios diariamente. Segundo o relato, ela conta ter sido chamada aos gritos pela filha, pois o colega estava apanhando e o seu padrasto “iria matá-lo”.

Ainda de acordo com o relato, ao chegar na casa, a mulher viu o jovem saindo acompanhado por uma conselheira tutelar, e descobriu que o rapaz havia tentado suicídio com uma corda. Ele não conseguiu, e o padrasto teria dito que dobrou a corda em três e bateu no jovem.

A denúncia também revela que a mesma conselheira tutelar teria incitado ainda mais a prática de violência contra a vítima. “Disse que era para ter dobrado em quatro e batido mais ainda”, conta a denunciante, que continuou o relato:

“A conselheira tutelar a todo momento defende a mãe e o padrasto, que diversas vezes vai até a residência e em uma das vezes presenciou a mesma ensinando a molhar uma toalha, levar o jovem ao banheiro e bater nele para não ficar marca”.

O jovem também seria ordenado pela mãe a vender doces na porta de supermercados de Tijucas: “passa o dia inteiro, mas só tem direito a comer um doce, e passa fome e sede, porém prefere ficar na rua pois é onde tem paz”. O relato chocante encerra afirmando que o jovem diz preferir “voltar para sua mãe adotiva”, pois “vive o inferno dentro de casa”.

Outro episódio grave ocorreu dias antes deste último ocorrido. Foi no dia 26 de junho de 2024, quando a PM foi acionada e se deslocou até o Hospital São José, em Tijucas, com a denúncia de que uma paciente teria ameaçado e tentado agredir o próprio filho, causando perturbação no local. Ela se defendeu das acusações, relatou que seu filho toma remédios controlados e disse que ele quer se suicidar, e por isso a mesma levou seu filho para o hospital.

Em 2018, outra filha da “missionária” acionou a polícia após ter sido violentamente agredida dentro de casa:

“Teve um discussão com sua mãe e foi agredida pela mãe com uma vassoura. Em dado momento, seu padrasto lhe deu uma gravata e lhe proferiu socos na costela. Com isso a mesma fugiu de casa e estava perambulando pelas ruas. Ao avistar a guarnição policial, mesma veio pedir ajuda para que fosse levada ao Conselho Tutelar”.

Não foi a primeira vez que a mesma adolescente precisou fugir de casa por conta das agressões: também em 2018, ela pediu ajuda aos policiais militares por volta das 23h, afirmando que estava perambulando pelo bairro da Praça desde as 20h, após ter sido agredida pela mãe e padrasto. Todavia, ela não informou o endereço onde residia, tampouco deu o nome dos agressores.

A mesma mulher agora está sendo acusada de difamação e calúnia contra diversas pessoas em Tijucas. Boletins de ocorrência estão sendo registrados para que providências urgentes sejam adotadas pelas autoridades. O nome da suspeita não será revelado para proteger a identidade dos filhos, menores de 18 anos, que seriam vítimas de seus atos brutais.