Nd+/ Cidade Alerta
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Uma analista de tecnologia de 38 anos, Karinor Ruimi, descobriu recentemente que sua origem é bem diferente do que acreditava. Criada em Israel, ela sempre se considerou israelense, mas novas revelações indicam que nasceu em Itajaí e foi vítima de tráfico infantil em 1986.
Karinor iniciou uma investigação sobre suas raízes biológicas há dois anos, motivada por inconsistências em seus documentos. "Ao verificar meus documentos, como a data de nascimento e o passaporte, percebi que eram falsos," afirmou em uma entrevista ao programa Cidade Alerta.
Sua busca a levou a descobrir que não existiam registros de seu nascimento no hospital mencionado em seus documentos.
As investigações revelaram que Karinor foi uma das muitas crianças afetadas por uma rede criminosa de tráfico de bebês na década de 1980, comandada por Arlete Hilú.
Hilú foi condenada por crimes como tráfico de crianças, falsidade ideológica e formação de quadrilha, falecendo em abril deste ano.
A rede criminosa contava com a participação de profissionais de diversas áreas, incluindo médicos, cartórios e autoridades judiciais, que facilitavam a remoção ilegal de crianças do Brasil. As crianças eram vendidas por valores entre US$ 3.500 e US$ 5 mil, sendo particularmente procuradas por suas características físicas, como pele clara e olhos claros.
O tráfico de crianças continua a ser um problema persistente na sociedade. Atualmente, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) tramita no Senado para tornar o crime de tráfico de crianças e adolescentes imprescritível, reconhecendo a gravidade e os impactos prolongados desses atos.
Karinor continua em sua busca por justiça e pela verdade sobre suas origens, enquanto o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas foi marcado por uma nova campanha da ONU. A campanha visa intensificar os esforços para erradicar esse crime, garantindo que nenhuma criança seja deixada para trás na luta contra o tráfico de pessoas.