Moradora do Amazonas manda recado para SC e alerta: "estamos sufocando e ninguém está falando sobre isso"

“Ninguém está falando sobre isso!”, denuncia moradora de Manaus em recado para alertar Santa Catarina e regiões do Sul do Brasil

Moradora do Amazonas manda recado para SC e alerta: "estamos sufocando e ninguém está falando sobre isso"

Fumaça cobre cidade/ Imagem: internet

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Nas últimas semanas, uma comparação dramática se desenrola entre duas regiões brasileiras: enquanto Santa Catarina enfrenta chuvas intensas, Manaus é assolada por uma densa nuvem de poluição. A capital do Amazonas, tradicionalmente conhecida por seu clima úmido e florestas exuberantes, agora sofre com a fumaça oriunda de queimadas em áreas desmatadas do Pará e do interior do Amazonas. Esta situação persistente, é agravada pelos ventos alísios que sopram do leste para o oeste na região.

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O estado do Amazonas teve o outubro com maior registro de queimadas desde o início das medições em 1998. Enquanto isso, os artistas globais, a grande mídia e políticos assistem como se nada estivesse acontecendo. Uma moradora fez um desabafo: "Estamos sufocando na fumaça!".

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam um aumento alarmante nos focos de queimadas. Somente em outubro, o Pará registrou 11.150 focos, um aumento de 49% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No Amazonas, o número também cresceu significativamente, com 3.799 focos registrados no mesmo mês, comparados aos 612 do ano passado.

Segundo a pesquisadora Karla Longo, do Inpe, as queimadas não estão limitadas a uma única área, estendendo-se desde cidades próximas a Manaus até o município de Parintins, na divisa com o Pará, e afetando outras regiões do país, incluindo Rondônia e Mato Grosso. Longo destaca a intensidade das queimadas ao norte e ao sul de Santarém, no Pará, e sua influência direta sobre Manaus.

Além da poluição visível, a fumaça das queimadas está interferindo no ciclo natural de chuvas. Longo explica que a presença da fumaça impede o crescimento adequado das gotas de água nas nuvens, retardando a precipitação. Isso contribui para a manutenção do período de seca na região, agravando a crise climática.

Enquanto isso, ambientalistas, como Carlos Durigan, diretor da WCS Brasil, e o epidemiologista Jessem Orellana, da Fiocruz, criticam a falta de ações efetivas por parte das autoridades. Eles apontam para a necessidade de políticas socioambientais mais fortes e uma mudança na gestão pública.

Por outro lado, o Ibama e o ICMBio destacam esforços de combate aos incêndios, com brigadas atuando em vários municípios. No entanto, a situação persiste, e as autoridades locais de Manaus atribuem a origem da fumaça principalmente a queimadas no Pará.

Este cenário ambiental contrastante entre Manaus e Santa Catarina ressalta a diversidade de desafios climáticos enfrentados pelo Brasil, onde diferentes regiões lutam contra extremos opostos - da seca e poluição por fumaça às chuvas torrenciais e enchentes.