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Não assisto futebol. Nada contra. Mas não é a minha praia. Todavia, só se morasse numa caverna para não saber a dimensão da excelência futebolística do brasileiro Neymar.
O Brasil está extremamente polarizado. E essa polarização suscita o que há de pior no cerne de cada brasileiro.
Enquanto os dois grupos se degladiam, até o famigerado futebol entra na estória. O “Menino Ney”, antes amado pela população jovem, cuja grande maioria é adepta da canhota, deixou de ser benquisto e tornou-se inimigo público número 1 - depois do Bolsonaro, é claro.
Neymar declarou em “live” o motivo de apoiar Bolsonaro. Segundo o jogador, o principal fator que lhe fez declarar sua torcida para o atual presidente da República foi o apoio de Bolsonaro num dos piores momentos da carreira do jogador: o episódio em que foi falsamente acusado de assédio sexual por uma modelo, na Europa.
Enquanto muitos jogavam pedras em Neymar, segundo ele, Bolsonaro se manteve alheio às críticas e lhe estendeu a mão. Isso torna Bolsonaro um Deus, incapaz de cometer erros? É óbvio que não.
Mas, a lealdade de Neymar com quem lhe provou ser justo para consigo custou caro. Ou não, na verdade. Talvez ele esteja cagando para os haters.
Todavia, a hipocrisia escancarada de quem vive pregando (e impondo) o amor, o respeito, a tolerância e a empatia, enoja qualquer um que não seja dos dois extremos e lê o pior de todos os ódios escancarados no Twitter.
Um jogador essencial na seleção brasileira - não sou eu quem diz. São os especialistas (sim, a galera do boteco. A galera que assiste todos os jogos, até os do futebol amador tijuquense) - sendo debochado, ridicularizado e humilhado nas redes, inclusive por políticos e perfis de fofoca que se travestem de jornalistas após ter sofrido uma possivelmente grave lesão.
O deboche é tão esdrúxulo e ridículo que o Deputado Federal André Janones chegou ao ponto de fixar seu comentário ironizando Neymar em seu perfil do Twitter.
Jamais defenderei a censura, apesar de saber que até mesmo eu corro o risco de ser censurado na atual conjuntura que se encontra o país. Mas se for para seguir como está, tomara que não sejam censurados apenas quem fala fora da bolha.