Saiba quem é a mulher que matou a própria mãe de 88 anos em Santa Catarina

A Polícia Militar registrou o caso como latrocínio e lesão corporal grave

Saiba quem é a mulher que matou a própria mãe de 88 anos em Santa Catarina

Divulgação

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Canoinhas, uma tranquila cidade no Norte de Santa Catarina, foi abalada por um crime bárbaro que resultou na morte da idosa Florizia Lopes, de 88 anos. O episódio, que ocorreu em 15 de agosto, teve desdobramentos trágicos e chocantes, culminando na morte da vítima após oito dias de internação em estado grave. O crime, que também tirou a vida do companheiro de Florizia, Zegmundo Chmielowicz, de 76 anos, levou à prisão de três suspeitos, incluindo a filha e o neto da idosa.

Na noite fatídica de 15 de agosto, Florizia Lopes e Zegmundo Chmielowicz estavam em casa quando a residência foi invadida por dois criminosos armados. De acordo com relatos da Polícia Militar, o casal foi surpreendido enquanto estava no conforto de seu lar. Durante a invasão, os criminosos submeteram as vítimas a uma violência brutal. Zegmundo foi assassinado no local com um golpe na cabeça, enquanto Florizia foi cruelmente amarrada e amordaçada no banheiro. O cenário encontrado pela polícia foi de absoluto terror: todos os cômodos da casa estavam revirados, e os pertences do casal haviam sido saqueados.

A situação foi agravada pela presença de um neto do casal, que também residia na casa. Ele foi agredido pelos invasores, mas, em um ato desesperado de sobrevivência, conseguiu escapar e buscar ajuda. Foi ele quem acionou a Polícia Militar e relatou o que havia ocorrido na residência. Segundo o delegado Darci Nadal Júnior, responsável pelo caso, a motivação do crime foi de caráter patrimonial, uma vez que foram subtraídos cerca de R$ 1,5 mil, além de bens de valor, incluindo um veículo e maços de cigarro.

Logo após o ataque, a polícia iniciou diligências para identificar e capturar os responsáveis. Durante as investigações, foram presos três suspeitos: Adriana Lopes Alegri, filha de Florizia; Márcio Marcelo Alegri, neto do casal; e Lucineia Borges Martins, companheira de Márcio. As autoridades encontraram os suspeitos nas proximidades da residência da idosa, em uma área de mata onde tentaram se esconder ao avistar a chegada da polícia.

Com os suspeitos, a polícia encontrou objetos que indicam sua participação no crime. Entre os itens apreendidos, estavam um soco inglês, um pé de cabra e uma barra de ferro, ambos com manchas de sangue, além de maços de cigarro e um maço de dinheiro. Esses elementos reforçaram as suspeitas da polícia de que o ataque foi premeditado e executado com extrema violência.

Imagens de câmeras de segurança nas redondezas também captaram os suspeitos circulando nas proximidades da residência pouco antes do crime. As evidências coletadas foram suficientes para que o delegado Darci Nadal Júnior ordenasse a prisão dos três suspeitos, que foram levados à Delegacia de Polícia Civil para prestar esclarecimentos.

O caso se torna ainda mais perturbador ao se considerar o histórico de conflitos familiares que envolvia Florizia e sua filha Adriana. Conforme relatado por vizinhos e confirmado por uma das netas da idosa, Adriana havia sido obrigada a deixar a casa onde morava com a mãe em 3 de agosto, após uma medida protetiva ser emitida em favor de Florizia.

Em um depoimento à polícia, uma amiga próxima de Florizia mencionou que a idosa já havia expressado preocupação com a segurança dela e de Zegmundo. Ela relatou que Florizia temia que a filha e a neta pudessem tentar algo contra ela, o que, tragicamente, acabou se confirmando.

Após ser encontrada em estado grave, Florizia foi imediatamente levada para um hospital da região, onde ficou internada por oito dias. Infelizmente, devido à gravidade dos ferimentos e à idade avançada, ela não resistiu e veio a falecer na manhã de sexta-feira, 23 de agosto. O sepultamento da idosa ocorreu no sábado (24), no Cemitério Municipal da Sereia, em Canoinhas, onde familiares e amigos prestaram suas últimas homenagens.

Nas redes sociais, uma das netas de Florizia expressou sua dor e indignação pelo ocorrido. “Por que fizeram isso com a senhora, avó? Meu Deus, não dá pra acreditar, estamos sem chão”, escreveu, em uma demonstração de luto que ecoou entre muitos que conheceram a idosa.

A Polícia Militar registrou o caso como latrocínio e lesão corporal grave, devido à combinação de roubo seguido de violência letal. Segundo o boletim de ocorrência, a guarnição foi acionada via Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para comparecer ao local do crime após a solicitação de apoio dos bombeiros. Ao chegarem à residência, os policiais encontraram o portão trancado com um cadeado e as luzes apagadas, o que dificultou o acesso inicial.

Ao conseguir entrar na casa, a guarnição encontrou Zegmundo já sem vida, com uma laceração profunda na cabeça. Em um dos cômodos, encontraram Florizia amarrada e amordaçada, inconsciente, mas ainda com sinais vitais. Ela foi prontamente socorrida e levada ao pronto atendimento municipal, onde recebeu os primeiros cuidados antes de ser transferida para o hospital.

A cena do crime foi isolada para que a Polícia Civil e a Polícia Científica pudessem realizar a perícia. Durante a investigação, foi localizado um simulacro de pistola em um armário, além de outros objetos que poderiam ser relevantes para o caso. As diligências continuaram nas imediações da residência, onde a polícia conseguiu localizar um veículo pertencente a Florizia, que estava estacionado na Rua Virgílio Trevisani. No interior do carro, foram encontrados mais maços de cigarro, um cobertor e uma toca preta, além de uma bolsa escondida nas proximidades, contendo ferramentas e uma faca.

O crime abalou a comunidade local, não apenas pela violência envolvida, mas também pela natureza do relacionamento entre os envolvidos. A suspeita de que familiares diretos estivessem envolvidos no ataque trouxe um sentimento de revolta e incredulidade. Adriana Lopes Alegri, a filha da vítima, já havia demonstrado um comportamento problemático, conforme relatado por pessoas próximas à família. A medida protetiva emitida contra ela sugere que havia um histórico de conflitos que culminou tragicamente nesse ato de extrema violência.

O delegado Darci Nadal Júnior afirmou que a principal linha de investigação aponta para a motivação patrimonial, dada a subtração de dinheiro e bens da residência.