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A população humana atingiu neste ano o gigantesco número de 8 bilhões de almas. E não para por aí. Espera-se que ao final do século chegaremos a 10 bilhões de pessoas. O dilema coletivo de todos nós é: como nos abrigar, nos alimentar e nos proteger sem destruir nosso planeta.
Uma coisa está clara: vamos viver em cidades. No final do século XX mais de 50% da população passou a viver em cidades e ao final deste século mais de 80% da população mundial estará vivendo em ambientes urbanos. E é desejável que assim se, pois, as cidades atendem com mais eficiência, em relação à vida no ambiente rural, nossas necessidades básicas de moradia, educação, trabalho, saúde e lazer.
Porém, nem tudo são flores: Há um enorme desafio imposto ao poder público, às empresas e todos nós, que é uma completa mudança na forma como usamos o solo e os recursos naturais finitos. Santa Catarina, notadamente no seu litoral, onde estão as maiores cidades, sofrem como consequência da falta de planejamento urbano, aliado às mudanças climáticas que afligem o mundo inteiro, as represálias da mãe natureza. A mais nefasta delas, para o nosso estado, são as enchentes, pois, como sabemos, todas esses aglomerados urbanos estão às margens de rios.
A ocupação do solo rural com desmatamento leva ao assoreamento dos rios, que resultam, cada vez mais, no agravamento das enchentes. Por outro lado, o ambiente urbano, sem planejamento, impermeabiliza o solo, fazendo com que as águas de chuva cheguem mais rápido e em mais volume aos córregos e ao sistema de drenagem (quando estes existirem). Se considerarmos as profundas mudanças climáticas em curso com chuvas mais intensas, temos então o caos perfeito.
Nosso Estado tem amargado nos últimos 60 dias um regime contínuo e intenso de chuvas torrenciais que chegaram na região de Tijucas a mais de 400 mm em 3 dias. Inúmeras cidades do nosso literal sofreram alagamentos com dimensões nunca ocorrida. Veja nossa querida vizinha São Joao Batista que teve mais de 80% da sua área coberta pelas águas, coisa que jamais tinha ocorrido. Citamos também Camboriú, Balneário Camboriú, Tubarão, São Martinho, Itajaí entre tantas outras. A cidade de Tijucas está incluída nesse catastrófico evento climático também.
A urbanização crescente de Tijucas, fruto do dinamismo da sua economia e do empreendedorismo dos seus cidadãos, traz também consequências nefastas para a infra-estrutura da cidade, e entre elas, destacamos as históricas e recorrentes enchentes que se consequências dos fatores acima descritos e agravados pela saturação do sistema de drenagem existente.
Urge que devemos pensar coletivamente, aliando toda a comunidade, na busca de soluções para amenizar as consequências desse fenômeno.
O primeiro passo será o de executar um diagnóstico hidrológico dos Rios Santa Luzia e Tijucas que mostre o regime das chuvas, as áreas de risco e um cardápio de soluções imediatas, mediatas e de longo prazo. Cabe no meu entendimento que uma parceria entre Prefeitura e a sociedade organizada como o CDL, ACIT poderia acelerar esses estudos e com isso tornar a vida dos nossos cidadãos, mais previsível e segura.
Com informações de Dilnei Bittencourt