STF determina prisão de responsáveis por incêndio na Boate Kiss

Decisão foi tomada após várias reviravoltas no caso, que já dura mais de uma década

STF determina prisão de responsáveis por incêndio na Boate Kiss

Foto: MPRS

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Nesta segunda-feira, 2 de setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu a condenação dos quatro réus responsáveis pela tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, que resultou na morte de 242 pessoas em 2013. O recurso extraordinário, interposto pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), foi julgado procedente pelo ministro Dias Toffoli, relator do caso, que reforçou a soberania das decisões do Tribunal do Júri, conforme o artigo 37 da Constituição Federal.

Com essa decisão, as penas impostas a Elissandro Callegaro Spohr, Luciano Augusto Bonilha Leão, Marcelo de Jesus dos Santos e Mauro Londero Hoffmann, que variam entre 18 e 22 anos de reclusão, foram mantidas. O ministro Toffoli destacou a importância de preservar o veredito do júri popular, rejeitando as nulidades alegadas pelas defesas dos réus, que haviam levado à anulação das condenações pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em 2022.

Até o início da noite desta segunda-feira, os mandados de prisão contra três dos condenados já haviam sido cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRS). Elissandro Spohr foi preso em Porto Alegre, Luciano Bonilha Leão em Santa Maria, e Marcelo de Jesus dos Santos em São Vicente do Sul. A localização de Mauro Londero Hoffmann, que reside em Santa Catarina, ainda não foi confirmada até o momento.

O recurso extraordinário chegou ao STF em abril deste ano, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter aceitado o pedido de revisão do MPRS. Em fevereiro, um novo julgamento havia sido agendado, mas foi suspenso por decisão do ministro Dias Toffoli, a pedido da Associação dos Familiares e Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), que considerou a anulação das condenações pelo TJ-RS uma violação à soberania do júri.

O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, comentou a celeridade com que o STF tratou o caso, destacando a prioridade dada pela corte a esse julgamento. "A rapidez com que o Supremo decidiu esse recurso demonstra a relevância do tema no cenário jurídico nacional, garantindo a manutenção da soberania do Tribunal do Júri e encerrando um capítulo doloroso para a Justiça brasileira", afirmou Saltz.