PL de Tijucas tenta censurar pesquisa do Jornal Razão, mas justiça nega irregularidades

Justiça negou liminar para suspender a divulgação de pesquisa da Síntese, instituto respeitado por seu elevado índice de acertos nas eleições municipais de Tijucas

PL de Tijucas tenta censurar pesquisa do Jornal Razão, mas justiça nega irregularidades

Candidato do Partido Liberal se apresenta como “defensor da direita” e diz “defender até a morte” o direito a liberdade de expressão. “Nunca serei a favor da censura”, garante o representante do partido que tentou censurar pesquisa.

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A coligação do candidato a prefeito Thiago Peixoto, composta pelo Partido Liberal (PL), Republicanos e NOVO, moveu uma petição civil na Justiça Eleitoral para tentar censurar a divulgação da pesquisa realizada pela Síntese, instituto de renomada credibilidade, conhecido por ter acertado com exatidão os resultados das últimas eleições de Tijucas.

Chama a atenção o fato de que o candidato Thiago Peixoto (PL) usou suas redes sociais para comemorar os resultados de uma pesquisa da empresa RUMO.

A RUMO foi aberta oficialmente em fevereiro deste ano, nunca fez pesquisa oficial ou registrada no município de Tijucas e teve a divulgação de uma de suas pesquisas suspensa em Florianópolis por decisão judicial.

Também ocorreu a suspensão de uma pesquisa RUMO em outra cidade catarinense, onde, curiosamente, quem pediu a ordem judicial foi o Partido Liberal.

Segundo os autos, o PL apontou suspeita no valor e origem dos recursos, metodologia incoerente, utilização de base de dados anacrônica, idoneidade das empresas contratante e contratada, além de informações inseguras. Em paralelo, a Justiça Eleitoral também havia aberto um procedimento interno para apurar os fatos.

“A pesquisa aqui impugnada desperta suspeitas de irregularidade, sendo que, por cautela, a melhor medida a ser adotada neste momento – levando-se em conta a proximidade com o pleito eleitoral – é a suspensão de sua divulgação, como forma de evitar qualquer influência que esta poderá exercer sobre o eleitorado lagunense e, consequentemente, no resultado das eleições, haja vista que encontram-se presentes, no caso, os requisitos autorizadores da medida liminar, como acima fundamentado”, anotou a magistrada.

Em vídeo que circula nas redes sociais no município de Antônio Carlos, membros de uma coligação foram até a suposta sede do Instituto RUMO para conversar com os representantes da empresa, alegadamente estabelecida em um apartamento de um condomínio em Palhoça.

No local, a pessoa que atendeu ao interfone se demonstrou surpresa com a pergunta e, inicialmente, disse que não sabia sobre a empresa.

A RUMO também divulgou uma pesquisa cujos resultados provocaram polêmica em São João Batista, indo na contramão dos demais institutos e apresentando Pedroca (MDB) como líder na corrida eleitoral.

Voltando ao caso do pedido formulado pelo PL em Tijucas, o advogado da coligação de Thiago Peixoto alegou urgência para suspensão da divulgação “até que sejam integralmente apresentados os dados” por parte da Síntese Pesquisas.

A justiça negou o pedido de suspensão por entender que não há nenhuma irregularidade no levantamento técnico e científico realizado pelo referido instituto.