Diretora de penitenciária em SC é exonerada e só descobre pelo Diário Oficial

“Todos os dias no DOE tem saído sanções punitivas absurdas. Todos os diretores estão com medo”, afirma um policial penal

Diretora de penitenciária em SC é exonerada e só descobre pelo Diário Oficial

Reprodução / Redes sociais

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Em Santa Catarina, policiais penais em cargos de chefia e liderança estão sendo exonerados e só descobrem ao consultar o Diário Oficial. 

“Tem que olhar pra saber se é pra trabalhar amanhã. Eles não avisam nada. Só exoneram e pronto. Todo o trabalho não vale de nada”, relata uma policial penal que prefere não se identificar por receio de sofrer algum tipo de represália.

“É uma falta de respeito e empatia sem limites. Uma pressão psicológica total, a gente só fica sabendo que chegou nossa vez quando algum amigo avisa. Não tem obrigado, não tem nada. Somos simplesmente descartados”, desabafou outro policial penal.

Nesta sexta-feira, a diretora da Penitenciária Feminina de Tubarão usou um grupo de policiais para desabafar ao ser surpreendida com sua exoneração. “Agradeço a Secretaria que vem aplicando o lema ‘precisamos cuidar dos nossos’ e tendo empatia com os ocupantes dos cargos em comissão, os quais ficam sabendo de sua substituição pelo diário oficial”, publicou.

Ela foi substituída por dois policiais que comandavam, até então, o Presídio Masculino de Tubarão, onde no último mês foram registradas duas graves ocorrências: o assassinato de um detento e a fuga de um preso ‘pela porta da frente’.

Um dos casos ocorreu quando um preso conseguiu fugir do presídio de maneira inusitada. Ele se disfarçou usando roupas de um visitante, que levou duas peças de camiseta e bermuda. Isso foi possível porque os visitantes normalmente entram no presídio usando roupas cinza e brancas, enquanto os presos usam roupas alaranjadas. 

Durante a visita, um preso e um visitante trocaram de roupas. Quando chegou a hora dos visitantes saírem, o preso vestido com as roupas do visitante simplesmente saiu junto com eles.

Quanto ao homicídio, o incidente ocorreu supostamente por conta da falta de um procedimento de segurança rigoroso. Normalmente, quando os presos se movimentam, por exemplo, saindo de suas celas para ir ao pátio, seus nomes são conferidos (um processo conhecido como 'crachar'). No entanto, neste caso, esse procedimento não foi seguido. Um preso aproveitou essa falha para ir à cela de outro preso em vez de retornar para a sua própria cela. 

“Como não houve conferência, ele conseguiu entrar na cela do outro detento e cometer o assassinato. Se os guardas tivessem verificado os presos ao retornarem do pátio, teriam notado que o preso estava indo para a cela errada e o assassinato poderia ter sido evitado”, garante uma fonte ao JR.