MPSC denuncia dez suspeitos de envolvimento em chacina registrada em Joinville

Os acusados, suspeitos de pertencer a uma organização criminosa, enfrentam múltiplas acusações. Caso foi registrado em janeiro deste ano

MPSC denuncia dez suspeitos de envolvimento em chacina registrada em Joinville

Reprodução/ Canoinhas Online

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O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou dez pessoas suspeitas de cometerem sete homicídios e três tentativas de homicídio em janeiro de 2023 em Joinville. Eles também foram denunciados pelos crimes conexos de sequestro, cárcere privado, participação em organização criminosa, dano qualificado de automóvel e ocultação de cadáver.

A Promotora de Justiça Substituta da Comarca de Joinville Adriane Nicoli Graciano requereu que os denunciados sejam submetidos ao Tribunal do Júri. A denúncia já foi recebida pelo Judiciário e todos os acusados se tornaram réus na ação penal pública.

Segundo relata a denúncia do MPSC, no dia 8 de janeiro de 2023, próximo das 9h25, na Estrada Serrinha, bairro Vila Nova, em Joinville, foram localizados seis corpos, em avançado estado de carbonização, no interior de um automóvel da marca Fiat, cor preta.

No dia anterior aos fatos, uma das vítimas teria se dirigido até um bar ou "bailão". Nesse local, teria se desentendido com uma das denunciadas, integrante de facção criminosa. Conforme consta na ação penal, a vítima fez um gesto com a mão indicando a numeração "3" com os dedos, dando a entender que pertenceria à facção criminosa rival. Em seguida, teria retornado à residência onde morava com as demais vítimas para tentar se esconder de integrantes da organização criminosa. Porém, os denunciados invadiram o imóvel e abordaram todos que lá se encontravam.

Após a ordem de uma das suspeitas, que seria a disciplina da organização criminosa na região do bairro Morro do Meio, o grupo sequestrou as vítimas e as manteve em cárcere privado.

De acordo com o inquérito policial, as vítimas foram separadas. Três delas foram levadas para a área externa do imóvel, enquanto os demais continuaram no interior da residência. Após a divisão, os réus localizaram uma outra vítima nos fundos do imóvel. Esta, que seria o alvo da ação dos criminosos, foi espancada, morta e decapitada.

Dentro do imóvel, os réus amarraram as vítimas e espancaram-nas. Enquanto o crime ocorria, uma vítima conseguiu fugir do local. No entanto, ao retornar à residência, também foi capturada e amarrada pelos denunciados.

A ação penal detalha que, após as agressões, os suspeitos colocaram um corpo no porta-malas do automóvel Fiat Uno, cor preta, e sequestraram os demais. Conforme apurado, no veículo, além do corpo, foram levadas outras duas vítimas. Em um segundo automóvel, também do modelo Fiat Uno, cor prata, foram colocadas três pessoas amarradas, assim como as demais vítimas, que foram levadas em um terceiro carro, da marca GM, modelo Celta, de cor prata.

Com os três veículos, o grupo seguiu até o bairro Vila Nova com o objetivo de tirar a vida das vítimas que tinham em seu poder e ocultar os seus cadáveres. Durante o trajeto, o Celta estragou e foi abandonado, e os réus não mataram as três vítimas que levavam. Posteriormente, após às 5 horas do dia 8 de janeiro, nas imediações do bairro Vila Nova, os denunciados tiraram a vida das vítimas com vários tiros na região da cabeça.

Após o ato criminoso, colocaram os corpos no interior do automóvel e atearam fogo ao veículo. Então, ocultaram o cadáver de uma das vítimas em meio a uma plantação de pupunha nas imediações da Estrada Duas Mamas, no bairro Vila Nova. Na sequência, retornaram ao automóvel Fiat Uno prata, que foi abandonado no bairro Morro do Meio.

Para a Promotora de Justiça Substituta da Comarca de Joinville Adriane Nicoli Graciano, "as tentativas de homicídio e os homicídios foram cometidos por motivo torpe, uma vez que os denunciados, integrantes da facção criminosa, acreditavam que as vítimas pertenciam a grupo criminoso rival".

Ela ressalta que os homicídios foram cometidos com emprego de meio cruel, pois, antes de efetuarem os disparos de arma de fogo, espancaram intensamente as vítimas, causando-lhes sofrimento desnecessário, e uma das vítimas teve sua cabeça decapitada. "Além disso, agiram para impossibilitar a defesa das vítimas, pois amarraram seus membros, impedindo que esboçassem qualquer reação defensiva", ressaltou a Promotora de Justiça.